Olá pessoal como estão? sei que há tempos prometi a review desse álbum , mas como tudo na vida não é do jeito que a gente planeja tive que esperar o furacão da faculdade passar para eu retomar o blog de maneira justa. sem mais delongas aqui está uma review faixa a faixa do álbum.
01. Janeiro
A faixa titulo é uma imersão a todo o universo que cerca o álbum , os tons de melancolia , saudosismo, e até mesmo depressão são acentuados pelo piano e abraçados pela batida lenta da bateria , a voz duplicada remete a uma conversa de Tavares com seu eu interior , se fossemos imaginar um cenário para esta canção seria um quarto em preto e branco iluminado apenas pela meia luz na fresta da janela , o clima soturno dá charme á orquestração. E o refrão “Apaga do teu coração as marcas de um tempo traz (...)” induz o ouvinte a querer descobrir o resto desse universo triste e apoteótico.
02. Pra Ser
Essa faixa foi dita pelo artista como uma das suas melhores composições até o momento e não é pra menos, as antíteses e as metáforas são sublimes. Porém o acordeom da um ar mais rustico nessa nova roupagem, diferente da primeira versão que estava totalmente direcionada para o Indie Rock já influenciado por Copeland
A introdução do acordeom e de novos falsetes na musica da uma nova dinâmica á faixa. Mas ao mesmo tempo continua sem sentido se comparada a primeira versão, mas continua uma bela mistura sem duvida alguma.
03. Chacareira da Saudade
A influência galdéria é explicita, porém o flerte com a Bossa Nova mostrada nas cordas sutis do violão não deve ser descartada, e o delay no fundo amarra a ambientação sombria e gélida do disco. Mais uma vez a metáfora impressiona na composição da letra. Digna de uma canção de Chico ou Caetano. Durante todo o trajeto da melodia o ouvinte é convidado a bailar essa milonga. Uma canção simples, mas encorpada como um vinho argentino.
04. Cigarros e Capitais
A música tem uma clara influência do rockabilly de Elvis Presley mas também tem pontes e quebras suaves de ritmos com sintetizadores no pré-refrão dando destaque ao mesmo e ás cordas. O acordeom é usado de forma a destacar a batida bubblegum.
05. Tango Novo
A batida volumosa da bateria te envolve juntamente com a delicadeza do acordeom e do violão, mais uma vez o flerte com a bossa nova se mostra mais forte nesta faixa fundida com um groove de jazz que enche os ouvidos. A entrada da voz de Tay Galega traz ainda mais delicadeza a melodia. Tanto a letra quanto a melodia trazem a um ar marítimo
O coral é claramente uma referencia aos grandes grupos de samba enredo como Demônios da Garoa.
Ela nos surpreende com sua progressão por volta dos três minutos com o mellowtron no fundo ( mais uma vez Copeland deixando marca no trabalho de Tavares) que é um instrumento que tem seu ritmo moody juntamente com a bateria lenta e o piano dando um belíssimo fechamento harmônico ao som.
06. As Terças Podem Se Inverter
Uma das mais brilhantes musicas do álbum tanto em questão lírica quanto instrumental, o acordeom e o piano têm seus espaços bem distribuídos em todo o percurso da música até a entrada do mellowtron e da bateria eletrônica no lembrar de que ainda estamos em um ambiente melancólico, sempre retomando a ambientação sombria, mas que logo se dissipa dando lugar ao romantismo do acordeom mostrando seu lugar mostrando na progressão rítmica da musica até o fechamento apenas com bateria e sintetizador.
07. Martes
Uma balada romântica galdéria com um inicio doce e um refrão amargo e triste embalado dando mais destaque ao acordeom. Descreveria esta melodia como uma tristeza esperançosa. A influência do Blues e do rock clássico também esta presente criando um Ballad Rock latino digno de um dos maiores ídolos de Tavares e da musica Argentina, Fito Paez, com um solo rasgador no final que tem resquícios de sua musica Sinto Muito Blues de seu álbum debutante, porém Esteban não teve medo de ousar no solo colocando todo seu sentimento de angustia em cada nota fechando a faixa com algo que poderíamos ouvir por horas e horas.
08. Oque Não Vem
Uma faixa fria e obscura rodeada de pianos, sintetizadores e delay´s. fruto que sobrou de seu EP produzido pelo introspectivo e sentimental vocalista da banda americana Copeland . Aaron Marsh, com sua guitarra gélida e progressiva característica ao fundo e seu fetiche por baterias e elementos vintage e oitentistas, assinaturas de Marsh, Tavares consegue com perfeição executar uma musica “Copelandiana”. Triste, cheia de camadas, fria, tocante, explosiva e mais uma vez apoteótica.
09. Me Sinto Humano
Uma porrada do começo ao fim , um órfão gerado do relacionamento sério entre o Hardcore e o Jazz Bluesistico.
10. Se
Essa faixa instrumental diz muito sobre o sentimento e do conceito do álbum, um esperança triste ou uma alegria melancólica e profunda, ela é uma ponte para o ouvinte observar todo o cenário construído anteriormente pelas outras canções e seguir para o fechamento desta saga , assim como é um chamado para o mesmo relacionar seu próprio universo pessoal ao do disco. Destaque para a participação do excelente guitarrista Mateus Asato que contribui com sua influencia do blues genuinamente americano e tupiniquim para a faixa.
11. Carta aos Desinteressados
Blues simplista, se destaca pela letra, porém a simplicidade faz a canção ser gostosa de se ouvir , simples , direta e boa tudo que um blues tem que ser. O vazio do final nos faz querer ouvir a musica para saber o resto e o final da crônica.
12. Maria
Apesar da metáfora com a maconha e a santa imaculada ser totalmente fútil não deve se ignorar que o instrumental encobre a futilidade e que o fechamento do CD com os versos da primeira canção com o arranjo reformulado foi feito com maestria.
13. Chacareira da Saudade 2 - Pirisca Grecco
Essa faixa é um tributo a toda região do Rio Grande e da musica tradicional galdéria e latina, um verdadeiro tango. Um instrumental belíssimo digno de trilha sonora de filmes. O sotaque de Pirisca da um ar rustico com tons quentes e charmosos a musica, como um fim de tarde ao redor da fogueira, e a introdução de teclados da sutileza a musica, uma grande festa regada a chimarrão e romantismo.
Comentários
Postar um comentário